Com "Phantom Love" (2007) somos convidados a embarcar numa viagem onirica pela rotina diária de uma mulher, numa fase conturbada da existência, onde se vê como o elemento "são" de uma família disfuncional. Lulu vê-se obrigada a ajudar a sua louca irmã esquizofrénica, cuja "ajuda" da mãe de ambas é mais uma tormenta que uma vantagem. É esta a sina de Lulu, cujo dia-a-dia rotineiro gradualmente a alienam cada vez mais de um sentido de vida, onde recorrentemente assistimos aos momentos do seu trabalho no casino, o erotismo das visitas de hotel ao amante e o tedio da sua solidão.
Uma realidade tão pesarosa que a realizadora Nina Menkes ilustra num magnifico e contínuo pesadelo, surreal, não-linear e necessariamente repetitivo.
Visualmente é um irrepreensível assombro visual, tratado num a preto-e-branco bastante carregado, uma obra de arte totalmente artística, com jogos de espelhos e situações invulgares (tal como as cenas mostrarem a América e logo a seguir parecer a India) e que se serve de uma imaginário visual assustador e impressionante belo.

8/10 Muito Bom